Papa Leão XIV: “Deus permanece fiel mesmo quando falhamos”, diz em audiência dividida devido ao calor intenso

Picture of Pe. Sirlei Oliveira

Nesta quarta-feira (13/08), as altas temperaturas que ultrapassaram os 30 graus em Roma obrigaram a realocação da Audiência Geral papal. O evento, tradicionalmente realizado na Praça São Pedro, foi redistribuído entre três locais: a Sala Paulo VI (com capacidade para 6 mil pessoas), a Basílica de São Pedro e a Piazza Petriano, onde telões permitiram o acompanhamento da catequese.

O Pontífice cumprimentou os fiéis em múltiplos idiomas, incluindo português, explicando a necessidade da mudança: “Realizaremos a audiência em diferentes momentos para nos protegermos do sol e do calor extremo. Obrigado pela paciência de todos.”

Durante sua reflexão, Leão XIV prosseguiu com o ciclo de ensinamentos sobre os momentos finais da vida de Cristo, focando especificamente no episódio em que Jesus anuncia a traição de um dos apóstolos durante a Última Ceia. O Papa destacou que Cristo não revelou essa informação para envergonhar ou apontar culpados, mas como um ato de amor que não esconde a realidade.

“O Evangelho não nos orienta a negar o mal, mas a reconhecê-lo como uma chance dolorosa de renovação”, afirmou o Papa.

A resposta dos discípulos foi de profunda tristeza e autoquestionamento, com cada um perguntando “serei eu o traidor?”. Leão XIV observou que essa inquietação revela a fragilidade humana e o reconhecimento de nossas limitações no amor.

O Papa enfatizou que as palavras severas de Jesus sobre o destino do traidor não constituem uma condenação, mas expressam a dor divina diante do mal. “Quando rejeitamos o Amor que nos criou, perdemos o propósito de nossa existência”, explicou.

A mensagem central da catequese foi a fidelidade inabalável de Deus: “Esta é nossa esperança: mesmo quando falhamos, Deus permanece constante. Ainda que possamos decepcionar, Ele jamais cessa de nos amar. Se permitirmos que esse amor – humilde, ferido, porém sempre leal – nos alcance, poderemos verdadeiramente nos renovar e viver como filhos eternamente amados, não como pessoas que decepcionam.”

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