Na noite de domingo, 31 de agosto de 2025, uma das piores tragédias naturais dos últimos anos atingiu o leste do Afeganistão. Um terremoto de magnitude 6.0 devastou a província de Kunar, próximo à cidade de Jalalabad na província vizinha de Nangarhar, causando danos extensos e um número devastador de vítimas.

A Dimensão da Catástrofe

O balanço parcial da tragédia já registra mais de 800 mortos e quase 3.000 feridos, números que podem ainda aumentar conforme as equipes de resgate conseguem acessar áreas mais remotas. O ministro da saúde afegão informou que várias aldeias no distrito de Nurgal, em Kunar – incluindo Sholt, Arit, Mamagal, Wadir e outras – foram praticamente destruídas, enquanto outras sofreram danos significados.

A Resposta do Papa Leão XIV

Diante desta tragédia humanitária, o Papa Leão XIV manifestou sua profunda solidariedade com o povo afegão. Em um comunicado oficial divulgado pelo Vaticano, o Sumo Pontífice expressou estar “profundamente triste com a significativa perda de vidas causada pelo terremoto na área do Afeganistão Oriental”.

Através de um telegrama enviado pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, o Papa comunicou que reza “fervorosamente pelas almas dos falecidos, dos feridos e por aqueles que ainda estão desaparecidos, confiando ao Senhor todos os atingidos pelo desastre”.

Em sua mensagem pastoral, Leão XIV ofereceu orações por todas as vítimas, feridos e desaparecidos, expressando sua solidariedade com aqueles que perderam entes queridos. Esta manifestação papal representa não apenas um gesto de compaixão, mas também um apelo à comunidade internacional para que não esqueça do sofrimento do povo afegão.

O Contexto Político e Humanitário

A tragédia ocorre em um momento particularmente delicado para o Afeganistão, que enfrenta uma grave crise humanitária desde a retomada do poder pelos talibãs em 2021. Apesar da demonstração de apoio internacional, nenhum governo estrangeiro havia imediatamente estendido a mão para fornecer apoio substancial nas primeiras horas após o desastre.

No entanto, a Índia foi um dos primeiros países a responder à crise, entregando 1.000 tendas familiares a Cabul e 15 toneladas de alimentos para Kunar como parte dos esforços de socorro para os afetados pelo terremoto.

Alguns dos feridos foram retirados dos locais do deasastre e os esforços de resgate continuavam em andamento, segundo informações do ministério da saúde afegão, que coordena as operações de socorro em uma corrida contra o tempo para salvar vidas.

A Dimensão Espiritual e Humanitária

As palavras do Papa Leão XIV transcendem as barreiras religiosas e políticas, representando um apelo universal à compaixão humana. Em um mundo frequentemente dividido por conflitos e diferenças ideológicas, a voz papal serve como um lembrete da necessidade de unidade diante do sofrimento humano.

A Igreja Católica, através de suas organizações de caridade globais, tradicionalmente desempenha um papel importante em situações de crise humanitária, oferecendo não apenas apoio espiritual, mas também assistência prática através de redes internacionais de ajuda.

Desafios e Perspectivas

O Afeganistão enfrenta múltiplos desafios que complicam os esforços de socorro. A infraestrutura limitada, as dificuldades de acesso a áreas remotas e a situação política complexa do país criam obstáculos significativos para as operações de resgate e reconstrução.

Os esforços de evacuação dos feridos e as operações de resgate continuam, mas a magnitude da destruição exigirá um compromisso internacional sustentado para a recuperação a longo prazo.

Um Apelo à Solidariedade Global

O terremoto no Afeganistão de 31 de agosto de 2025 representa mais do que uma catástrofe natural – é um teste para a capacidade da comunidade internacional de responder com compaixão e eficácia a crises humanitárias. As palavras do Papa Leão XIV ecoam um chamado universal: independentemente de diferenças políticas, religiosas ou culturais, o sofrimento humano exige uma resposta coletiva.

O Afeganistão, um país que já enfrentava enormes desafios humanitários, agora precisa ainda mais do apoio da comunidade internacional. A resposta a esta crise será um reflexo dos valores compartilhados da humanidade e da nossa capacidade de transcender divisões em momentos de necessidade extrema. As orações do Papa Leão XIV pelos “falecidos, feridos e desaparecidos” ressoam como um chamado não apenas à reflexão espiritual, mas à ação humanitária concreta – um lembrete de que, diante da tragédia, nossa humanidade comum deve prevalecer sobre todas as outras considerações.