Viva a Mãe de Deus e Nossa
Neste domingo celebramos a solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil e padroeira da paróquia onde atualmente estou como pároco.
Desconheço alguma paróquia que não tenha celebrado este dia. A devoção à Nossa Senhora é parte integrante da nossa fé católica. Não se diz católico quem não se confessa mariano. A organização das leituras para esta solenidade, destacando na primeira leitura a intercessão da rainha Ester que, vestida das vestes reais, vai até o rei que estava sentado em seu trono com o cetro real em sua mão, para interceder e faz o seguinte pedido: “Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e se for de teu agrado, concede-me a vida – eis o meu pedido! – e a vida do meu povo – eis o meu desejo” (Est 5,3)!
Agradava tanto o rei a presença de Ester que ele estava disposto a dar a ela até metade do seu reino: “O que me pedes, Ester; o que queres que eu faça? Ainda que me pedisses a metade do meu reino, ela te seria concedida” (Est 5,2b).
A Santa Igreja vê nesta intercessão de Ester a intercessora Maria, tanto que o evangelho proposto para o domingo fala daquela festa em Caná onde Jesus transforma água em vinho depois de um pedido de sua Mãe, a Mulher.
São apenas duas frases curtas de Maria nesta narração escrita por João. Você sabe quais frases? São estas: “Eles não têm mais vinho” (Jo 2,3) e “Fazei o que ele vos disser” (Jo 2,5)!
O Filho Dela, o Verbo gerado em seu ventre santo por força do Espírito Santo, a ama tanto, desde toda a eternidade, que dará a ela tudo o que ela o pedir, assim como o rei estava disposto a dar a Ester até metade de seu reino.

A fé dos simples!
A fé do povo de Deus em Maria é grandiosa. É uma fé simples, cheia de significados e profunda. Estando na cidade de Aparecida/SP, numa peregrinação que faço todos os anos com meus familiares, e vivenciando de perto todo aquele povo que caminha quilômetros e quilômetros muitas vezes a pé, que atravessa a passarela com os joelhos no chão, com sacrifício e fé, percebi muito mais nitidamente que quem faz aquela Basílica Nacional ser o que é, é o próprio Deus que age profundamente no coração se seus pequenos filhos e filhas.
Toda aquela estrutura comercial, e apesar de todos os destratos litúrgicos que por vezes acontece, o que faz aquele lugar é a fé do povo simples que faz também a vida de nossas paróquias.
Haverá sempre a necessidade da consciência de nossa pequenez para compreender todo mistério de Deus revelado na vida de Nossa Senhora, como sempre haverá a necessidade de um coração simples e humilde.
O que vimos neste domingo?
Nestes dias de preparação para a solenidade e na celebração da própria solenidade o que vimos foi um transbordamento de amor. O céu transbordou amor sobre todo o povo, pelo coração Imaculado da Mãe, e transbordou amor do coração do povo pela Mãe e por Seu Filho.
Afinal, celebrar a Mãe, como celebrar cada um dos santos e santas, é reconhecer a grandeza amorosa de Deus em Seu Filho. É celebrar um Deus que ama e não se esquece de ninguém. Saber que temos um Senhor que não deixará faltar o vinho da santidade nas talhas de nosso coração, porque temos uma mãe atenta às nossas necessidades.
Acredito que como aqui, a festa foi linda em todos os lugares. E a nós que celebramos precisamos continuar no ordinário de nossa vida toda beleza que encontramos na Mãe. Se ela é santa, sejamos santos. Se ela é obediente, sejamos obedientes, Se ela intercede, vamos orar uns pelos outros. Se ela ama seu Filho mais do que tudo, vamos também nós amar Seu Filho mais do que tudo e mais do que amamos a Ela mesma. Isso alegrará seu coração Imaculado.



























